Acervo digital da obra de Moacyr Scliar será disponibilizado ao público
Moacyr escrevia muito, e escrevia rápido — conta Judith Scliar,
viúva de um dos escritores mais prolíficos do Rio Grande do Sul.
Originais e recordações que remontam aos escritos de Moacyr Scliar (1937
— 2011) ao longo da vida estarão em breve acessíveis a todos pela
internet.
Mais de 8,6 mil páginas de manuscritos e datiloscritos do escritor que estão sob os cuidados da PUCRS, boa parte deles doados por Judith, estão em processo de digitalização pelo Espaço de Documentação e Memória Cultural (Delfos), pertencente à instituição. Entre manuscritos e textos enviados para editoras, o acervo congrega originais do primeiro ao último romance de Scliar.
— Temos aqui a primeira composição de A Guerra do Bom Fim, de 1972, e anotações difíceis de estimar com precisão, mas que provavelmente são de um período entre 1962 a 1968 — explica a professora Marie-Hélène Passos, responsável pela organização do acervo.
A maior parte desse material digitalizado estará disponível para livre acesso a partir do início de 2014. A única restrição feita por parte da família são os textos inéditos que aparecem na coleção.
— Acredito que, se o Moacyr não quis publicar este material, foi por algum bom motivo. Não pretendemos deixá-lo público no acervo nem editá-lo em livros — diz Judith.
Além disso, enfatiza, os volumes não publicados têm ideias e trechos melhor trabalhados em outros romances e contos lançados no mercado editorial. Especialista em crítica genética, campo de pesquisa que trata das marcas deixadas por autores em processo criativo, Marie-Hélène esclarece que a disponibilidade do acervo possibilita maior compreensão de como Scliar praticava a escrita:
— Quando você vê esse material, se dá conta de que ele passava o tempo todo escrevendo, era tão natural como respirar.
Bilhetes de aeroporto, recibos de postos de gasolina, folhas pautadas, blocos de nota: qualquer papel servia como suporte para grafar o que vinha da imaginação do autor. A variedade de materiais do acervo impressiona quem o manuseia, demonstrando que escrever era mesmo uma constante.
O processo de arquivamento virtual e publicação iniciado com os textos de Scliar vai ser também aplicado a outros acervos do Delfos. Regina Kohlrausch, diretora da Letras da PUCRS, esclarece que o autor foi escolhido por conta de sua importância e pela boa relação da instituição com a família:
— Uma parte deste material já tinha sido doado pelo próprio Scliar em 2005, depois Judith complementou o acervo. Os herdeiros são muitos acessíveis e colaborativos com o que estamos fazendo
Judith conta que ainda pretende lançar um site com booktrailers do autor e textos analíticos de sua obra. A busca é pela preservação da memória do escritor:
— Estamos preparando este espaço, que irá centralizar conteúdos e terá link para os trabalhos acessíveis pelo Delfos.
Mais de 8,6 mil páginas de manuscritos e datiloscritos do escritor que estão sob os cuidados da PUCRS, boa parte deles doados por Judith, estão em processo de digitalização pelo Espaço de Documentação e Memória Cultural (Delfos), pertencente à instituição. Entre manuscritos e textos enviados para editoras, o acervo congrega originais do primeiro ao último romance de Scliar.
— Temos aqui a primeira composição de A Guerra do Bom Fim, de 1972, e anotações difíceis de estimar com precisão, mas que provavelmente são de um período entre 1962 a 1968 — explica a professora Marie-Hélène Passos, responsável pela organização do acervo.
A maior parte desse material digitalizado estará disponível para livre acesso a partir do início de 2014. A única restrição feita por parte da família são os textos inéditos que aparecem na coleção.
— Acredito que, se o Moacyr não quis publicar este material, foi por algum bom motivo. Não pretendemos deixá-lo público no acervo nem editá-lo em livros — diz Judith.
Além disso, enfatiza, os volumes não publicados têm ideias e trechos melhor trabalhados em outros romances e contos lançados no mercado editorial. Especialista em crítica genética, campo de pesquisa que trata das marcas deixadas por autores em processo criativo, Marie-Hélène esclarece que a disponibilidade do acervo possibilita maior compreensão de como Scliar praticava a escrita:
— Quando você vê esse material, se dá conta de que ele passava o tempo todo escrevendo, era tão natural como respirar.
Bilhetes de aeroporto, recibos de postos de gasolina, folhas pautadas, blocos de nota: qualquer papel servia como suporte para grafar o que vinha da imaginação do autor. A variedade de materiais do acervo impressiona quem o manuseia, demonstrando que escrever era mesmo uma constante.
O processo de arquivamento virtual e publicação iniciado com os textos de Scliar vai ser também aplicado a outros acervos do Delfos. Regina Kohlrausch, diretora da Letras da PUCRS, esclarece que o autor foi escolhido por conta de sua importância e pela boa relação da instituição com a família:
— Uma parte deste material já tinha sido doado pelo próprio Scliar em 2005, depois Judith complementou o acervo. Os herdeiros são muitos acessíveis e colaborativos com o que estamos fazendo
Judith conta que ainda pretende lançar um site com booktrailers do autor e textos analíticos de sua obra. A busca é pela preservação da memória do escritor:
— Estamos preparando este espaço, que irá centralizar conteúdos e terá link para os trabalhos acessíveis pelo Delfos.
Fonte: Zero Hora.